sábado, 17 de março de 2012

Capitulo 3

Vito desperta no chão do apartamento. Se senta com dificuldade, a dor latente no peito se fazia novamente. 


- Tudo bem ai?- diz Gabriel andando de um lado para outro separando ingredientes. 
- O que aconteceu? O que faz essa dor? - retruca Vito entre tosses. 
- Você estava descontrolado, eu usei um amuleto que controla as agulhas de prata que estão no seu peito. - atende o companheiro, ainda atarefado.  
- E este horrendo sabor em minha boca? Aquele mesmo sangue do cemitério? - Sim, peguei da mais pura virgem, não gostou? - Gabriel para intrigado. 
- É horrivel, você nem de longe sabe escolher sangue. - Vito ri e se levanta por completo. 
- Vamos, o que tanto procura. Gabriel leva o amigo para a cozinha do apartamento, que esta plenamente suja pelas diversas substancias produzidas para aquele experimento. Vito caminha entre a mesa redonda e segura um pássaro que esta preso pelos pés: 
- O que exatamente você pretende? - encara a criatura de cerca de 30cm. 
- Estou fazendo uma quimera. quero espionar um cara. E aproveitado para fazer uma revolução na alquimia, vou tentar misturar um pouco de tecnologia na quimera. Colocarei uma câmera de vídeo remota que posso ver pelo computador. - Gabriel pausa o experimento e indaga:
- Você sabe o que é um computador?  


A quimera arquitetada por Gabriel foi construída e demandada a seu destino. O alquismista abandonou a mesa e foi abordado por Vito, e questionado sobre a finalidade da quimera, Gabriel respondera pela consequência de alguns boatos que escutara dias atraz, sobre uma receita primitiva da pedra filosofal.  
Vito se deita no sofá, reclama de fome, Gabriel corre na direção de um dos quartos e volta com algumas caixas de papelão. As caixas traziam um toca discos, algumas fotos e alguns vinis. Vito se levanta da sofá e em seguida abraça as caixas, liga o toca discos e toca o vinil de Robert Johnson.  


Após desalmado, Vito, que ficou com o grande vazio de seu antigo amor, buscou a distração na musica. Um grande hobbie do nosferatus era andar pelas ruas procurando alimento, assoviando canções. Um grande amante de delta blues e clássico rock ascendente dos anos 50 e 60.  


Gabriel concede que o nosferatus parta para uma pequena caçada. O faminto nosferatus desce as escadas do prédio silenciosamente, enquanto seu corpo pede pelo sangue inocente. Andando pelas frias ruas do subúrbio durante a madrugada. O toque das três horas se deram.  


Vito sente sangue puro em um raio de três ou quatro quadras. Calmamente se aproxima do doce aroma exalado por um anjo loiro de saias. Degusta novamente o aroma confirmando-o. Baixa a cabeça. Entra suas mãos mortas nos bolsos da calça e começa sua performance. Um fino assovio, sem perdoar apenas uma nota, declama “Love Me Tender”.  


Cada passo mais perto de seu banquete celestial, Vito permanece com sua calma costumeira. Como a previsão do maestro, a mulher sente medo mas não consegue mais se mover. Vito esta à um passo da donzela. Segura-a fortemente pela cintura e a preda com precisão a artéria carótida. Enquanto drena o sangue da bela virgem o nosferatus segura a mão esquerda da vítima e dança ainda cantarolando a canção.

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