sexta-feira, 27 de abril de 2012

Capitulo 9


A fria madrugada de sabado era tomada pelo vapor das indústrias ao raiar da aurora. Vito e Gabriel, após o desembarque na cidade onde residem, se sentam em uma pequena cafeteria que se escondia no interior da rodoviária. Pensativo Gabriel toca a campainha do balcão e examina o menu, seu parceiro se debrussa fatigado no balcão.  


Os passos serenos e graciosos daqueles sapatos claros e delicados. Uma voz dizima o silêncio:


-Bom dia, senhor. Posso anotar o seu pedido? - oriunda de um belo sorriso. 


-Bom dia. - Responde adimirado o alquimista. - Vou querer um expresso grande e um numero 6 do cardápio.


A atendente se volta para vito:
-E o senhor? - Porém não é respondida. 
-Ele está comigo, deve ter caído no sono. - responde Gabriel, complexado. 
Após a garotra entrar na cozinha Vito apenas volta sua cabeça e pronuncia em sussurro:
- Ma que banchetto! - seus olhos estavam negros pelo sangue. 


Gabriel se vira com um sorriso torto, a garota volta com os pedidos por um estreito vão, coberto por uma cortina. Coloca o prato com o baurú sobre o balcão, e segue em direção à maquina de café expresso e capuccino. A garota se apóia na maquina fazendo sua unica mecha livre de cabelo cair sobre sua vista. 
Entre seus sedosos cabelos negros, avistava Gabriel em segredo. 


Entrega a xícara para o alquimista, que sorve um gole, sem tirar os olhos das pequenas sardas que marcavam a garota. Procegue:


-Manhã fria né... - sorve novamente.
-Fria e umida, isso me passa uma impressão estranha, como se... - diz a garota perdendo a vista no horizonte. - Deixe, coisa minha.
-Ja começou, agora diga! - responde Gabriel com irreverência.
-Me chamo Verônica e você? - retruca após um singelo sorriso. 
-Gabriel. - sorri.


Deleitando-se com o aroma da bela moça, Vito ainda debrussado só ouvia os murmurros e risadas abafadas. Estava ele de fato tentado pelo sangue fresco e puro, era algo muito forte e estava a tão perto, "é uma presa fácil para outro nosferatus" pensava Vito. Gabriel cutuca com força as costelas e da ordem para que Vito acorde. 


Vito se levanta, de fronte à Verônica, ainda com os olhos cerrados. Inspira fortemente.

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